quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A teoria autopoiética na Ciranda ACC DANA 59

A teoria autopoiética na Ciranda ACC DANA 59
                                                                            Por Cátia Assunção1
            No dia 9 de Setembro foi desenvolvida no ACC DANA59, Acessibilidade em Trânsito Poético, a Ciranda Po(i)ética,a referente atividade, recorreu metaforicamente  a organização autopoéise desenvolvidas pelos  cientistas chilenos Muturana e Varela2.
 “Os seres humano se caracterizam por literalmente, produzirem-se continuamente a si mesmos – o que indicamos ao chamarmos a organização que os define de organização autopoiética”. (MATURANA e VARELA, 1995, p. 84)
 Segundo estudos, o conceito de autopoiese enfatiza o fato de os seres vivos serem unidades autônomas, e é a autopoiese que os caracteriza como tais. Tomar consciência dos seres vivos como unidades autônomas “se torna explícita quando indicamos que aquilo que os define como unidade é sua organização autopoiética”. (Ibid. p.88)
            A educadora Yara Busch3 cita que, se pode dizer que os sistemas vivos são entidades autônomas, apesar de dependerem de um meio para sua existência e intercâmbios de material, sendo que todos os fenômenos relacionados a eles dependem da forma pela qual sua autonomia é realizada. Sabemos também que essa autonomia é resultado de sua organização como sistema de auto-produção, uma contínua auto-produção. São esses sistemas que Maturana e Varela chamam sistemas autopoiéticos, e sua organização, de organização autopoiética.
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1 Profª e Pesquisadora de Dança formada pela UFBA, fez Iniciação Científica pela CNPQ.Participa do Grupo de Pesquisa Poética da Diferença e bolsista ACC da Proext 2011.
2 Humberto Maturana e Francisco Varela  são biólogos chilenos que desenvolveram  teoria Autopoiética.
3Yara Busch, é formada em Matemática pela Faculdade de Santa Catarina. Mestranda em educação no Centro Universitária Nove de Julho.

 Quando se deram na terra condições suficientes para a formação de moléculas orgânicas, surgiram também condições para a formação de unidades autopoiéticas; então a formação de sistemas autopoiéticos ocorreu de modo inevitável.
 Conforme Maturana e Varela, seria este o momento para a origem da vida(...) uma vez dadas as condições para a origem dos sistemas vivos, estes se organizaram muitas vezes – ou seja, muitas unidades autopoiéticas, com muitas variantes estruturais, surgiram em muitos lugares na terra, ao longo de talvez muitos milhões de anos. (Ibid. p.91)
 Autopoiese e Dança Educação                                            
Recorrendo a Busch ,tendo visto o conceito de autopoiese, cabe agora explicitar os reflexos desta importante teoria biológica para a educação. Trata-se de operar uma transposição interdisciplinar da biologia para a Dança educação.
E é uma transposição metafórica porque a autopoiese biológica acontece no plano celular e metacelular, ao passo que a educação se dá no plano social, no qual a autoprodução se faz mediante interações abertas, que não têm caráter fechado (que Maturana chama de “clausura operacional”), que é próprio da autopoiese biológica.
A autora ainda cita que,o educador e educando devem ser vistos como seres autopoiéticos no ato de educar. O alcance da metáfora biológica aplicada à educação consiste em considerar o educador e o educando como sujeitos ativos que se auto-produzem e se reproduzem na ação educacional. Sujeitos que se auto-constroem. Isto significa que ocorre superar o mecanicismo que encara os sujeitos da educação como autômatos, meros receptores de noções, definições; ocorre superar o professor e o aluno como meros memorizadores. Podemos ver uma caracterização do professor e do aluno autopoiéticos em um texto de Paulo Freire4 em sua obra: A Educação como prática da Liberdade . (FREIRE, 1981).


4 Paulo Freire foi grande educador brasileiro  reconhecido no mundo inteiro por sua teoria sobre educação com autonomia.

Para Busch, primeira marca é a pluralidade nas relações com o mundo “na medida em que responde à ampla variedade dos seus desafios…no jogo constante de respostas, altera-se no próprio ato de responder. Organiza-se. Escolhe-se a melhor resposta. Testa-se. Age”. (Ibid. p. 40-41).Outra característica é a criticidade, pela qual captam-se os dados objetivos da realidade, os laços que prendem um dado a outro, um ponto a outro, o que constitui uma atitude “reflexiva e não apenas reflexa”. (Ibid. p. 40). Por exercer esta temporalidade, educador e educando assumem uma atitude “conseqüente”, deixam a mera “passividade” e passam a ser “interferidores” no processo educacional. Já não são simples espectadores. “Herdando a experiência adquirida, criando e recriando, integrando-se às condições de um contexto, respondendo a seus desafios, objetivando-se a si próprios, discernindo, transcendendo” (Ibid, p. 41), educador e educando lançam-se no domínio da História e da Cultura.A ação autopoiética é fundamental na educação.
Diz Edgar Morin 5 “O conhecimento não é um espelho das coisas ou do mundo externo. Todas as percepções são ao mesmo tempo traduções e reconstruções cerebrais com base em estímulos ou sinais captados e codificados pelos sentidos.” (MORIN, 2000, p.20).



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Edgar Morin5 é pesquisador emérito do CNSR, nasceu em Paris em 1921. Formado em História, Geografia e Direito, migrou para a Filosofia, a. Sociologia.
Metodologia
Para a Ciranda autop(i)ética, foi utilizado como objeto poético, bolas de assoprar para representar metaforicamente a organização autopo(i)étia,as bolas foram postas no quadrado desenhado no  chão da  sala .Se faz necessário informar que a idéia original da Ciranda não contava  com  o uso das bolas,as bolas estavam na cena apenas para compor a celebração da volta da Coordenadora Fátima Daltro6 de seu Pós Doutorado na Espanha e a comemoração do desaniversário de Paulinho dançarino mirim e filho do dançarinos Joilson e Ana Paula. Mas como o assunto científico era a teoria da autopo(i)ética e a dança , então as bolas contribuíram para a composição cênica e criativa da Ciranda,representando as moléculas da autopoiese(microquímicas do poder).
 Com as bolas compondo a cena, os participantes começaram apenas olhando e construindo mentalmente,as possibilidades criativas para a Ciranda.Alguns dos participantes desenvolveram fotos dança, com as bolas,configurando cenas muito interessantes.Cada movimento modificava o ambiente(corpo ambiente)enquanto as bolas continuaram dentro do quadrado.De vez enquanto as bolas saiam do quadrado e o participante Jaguar, as colocava dentro do quadrado(Jaguar possui muita atenção,percepção das mudanças do ambiente).Aos poucos, outros participantes chegavam para a Ciranda, e as bolas continuavam dentro do quadrado.
O dançarino Rubem observou, as bolas no quadrado e após um tempo,o mesmo começou a brincar com as bolas(modificando totalmente o ambiente).Com as bolas em movimento deu início, a construção  autopo(i)ética do ambiente cênico. Os movimentos de Rubem lembravam os movimentos dinâmicos do jogo de futebol.Após a autonomia de Rubem ao modificar a cena,outros participantes começaram a fazer o mesmo,retirando as bolas do quadrado, compondo  a autopoiese coletiva "Há uma circularidade essencial na natureza dos sistemas vivos”.(IBID).

6 3  Fátima Daltro é professora da Escola de Dança da UFBA,atualmente desenvolve  sua Pós Graduação na Universidade   de Barcelona .

 Esse Trabalho objetivou intermediariamente, o aquecimento,exploração e a organização do corpo e objeto(bolas) na cena.Após todos estarem bem aquecidos, a  Coordenadora Fátima Daltro Correia,sugeriu que os participantes trabalhassem com bolas nas partes do corpo cabeça ,mãos,braços,ombros,tronco,cintura,pernas e pés.
Enquanto as bolas poetizavam a sala,subindo e descendo,percebeu-se que os participantes dialogaram performaticamente com elas, possibilitando, a interação do  corpo com as bolas, desenvolvendo a organização pó(i)ética performática.Diante a performances  dos participantes, percebeu-se que, o dançarino Jaguar cada vez mais desenvolve sua percepção e atenção na composição coreográfica compondo a auto(i)ética com movimentos  dinâmicos,expansivos.
No transcorrer poético da Ciranda, Correia indicou que os participantes dançassem com a bola sem deixá-la cair ao chão. O referente exercício possibilitou a atenção,percepção,instabilidade e estabilidade do corpo dando continuidade aos trabalhos das Cirandas anteriores. Foi muito poético, cada dançarino com sua bola, dançando na sala levados pela leveza das bolas de assoprar.Em busca da Terra do nunca(mundo imagético).
No seguimento da Ciranda, Correia pediu que cada participante pusesse, a bola  dentro da roupa,o exercício foi muito interessante,pois foi necessário que os corpos se reorganizem e se estendessem na cena(grandes barrigas,seios,nádegas).Cada participante criou seu personagem,ocorrendo trabalhos em duos,trios,quartetos até o grupão(trenzinho).

Conclusão
 Conclui-se que Ciranda autopo(i)ética desenvolvida por Fátima Daltro Correia junto os demais participantes do ACC DANA 59/Grupo de Pesquisa Poética da Diferença, propiciou o diálogo multidisciplinar entre Dança,Biologia,Educação,diálogo necessário, sendo o corpo objeto de estudo na investigação e elaboração de conhecimentos em Dança, particularmente em estudos sobre, “As eficiências da dança no corpo da pessoa com deficiência”(Correia) 
No que se refere à autopoética em dança,observou-se que os participantes desenvolveram suas estratégias de criação com autonomia e lógica, diante a necessidade de planejar, estratégias para a organização do corpo na cena.Outro fator importante é a produção artística dos dançarinos com deficiência,reforçando a idéia  que é possível desenvolver produção de conhecimento em Dança tendo a participação autoral  desses dançarinos.A partir dessa conclusão devemos recorrer a mensagem que Maturana deixa aos educadores: “Como vivermos é como educaremos e conservaremos no viver o mundo que vivermos como educandos”. (Ibid. p.30).A partir das reflexão de Maturana sobre educação deve-se   recorrer a Correia quando cita ”A dança precisa consolidar o discurso de sua valorização enquanto corpo capaz de poetizar, entendendo-o dentro da perspectiva co-evolutiva entre o corpo biológico e o cultural.” ( Correia,2006).
 















Referencia

 CORREIA, Fátima, Corpo Sitiado...A comunicação Invisivel.Dança,Rodas e Poéticas.São Paulo,2007.
FREIRE, Paulo. Educação como Prática da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
 Maturana, Humberto R.  e Varela, Francisco J.  A ÁRVORE DO CONHECIMENTO As bases biológicas da compreensão humana .Editoria Palas Athena,SP.2005
MORIN, Edgar. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. São Paulo: Ed. Cortez, 2000.
Yara   Busch     A organização dos seres vivos e a autopoiese rever


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Relatório sobre as Reflexões Poéticas dos participantes do ACC Acessibilidade em Trânsito Poético DANA 59 referentes ao 1º Semestre de 2011.

Universidade Federal da Bahia
Escola de Dança
Programa de Extensão



   



Relatório sobre as Reflexões Poéticas dos participantes do ACC Acessibilidade em Trânsito Poético DANA 59 referentes ao 1º Semestre de 2011.





Trabalho requisitado como resultado da disciplina “Dana 59” sob orientação do Prof.ª Dr.ªFátima Campos Daltro de Castro e Profª Drª  Lenira Rengel Peral


                                                                   






                                                               Salvador
                                             2011


1 Introdução

O ACC Acessibilidade em Trânsito Poético é um programa de atividade curricular em comunidade da Universidade Federal da Bahia (UFBA), coordenado desde 2004 pela Professora Doutora Fátima Daltro, e este ano também sob coordenação da Professora Doutora Lenira Rangel, ambas docentes da referida instituição. Ainda, é uma ação artística pedagógica que oferta oficinas de dança para pessoas com deficiência e seus cuidadores, na Escola de Dança (UFBA) todas as sextas-feira, no horário da 13 horas e 30 minutos até 15 horas, seguida por um grupo de pesquisa, Poéticas da Diferença. Ademais,



O ACC Acessibilidade em Trânsito Poético é o lugar onde damos continuidade a ações de dança, focalizadas em comunidades carentes da região de Salvador, especificamente pessoas com deficiência, com o objetivo de criar oportunidades para aproximá-los da dança e assim encontrar meios para dialogar com essa forma de expressão, desenvolvendo habilidades, a autonomia e, numa idéia mais ousada, prováveis multiplicadores. As ações aproximam os elementos básicos da dança (espaço, tempo, movimento, vivências rítmicas, jogos coreográficos, repertório de memória individual e coletiva), recursos para que possam desenvolver o olhar estético e crítico sobre o fazer/pensar dança na contemporaneidade (PROJETO ACESSIBILIDADE EM TRÂNSITO POÉTICO).



Além disso, é preciso relatar que todas as nossas oficinas que denominamos de Cirandas são realizadas na maior parte das vezes a partir do planejamento em equipe, individualmente ou em duplas, contudo sempre com intervenções de todos, inclusive e de maneira criativa, dos educandos. Partindo desse exercício de elaboração em conjunto, é que percebemos a necessidade de descrevermos a respeito do significado de construir o relatório também em equipe.
Sob isto, é notório que a contemporaneidade traz a passagem do fazer individual para a construção do coletivo de forma significativa e afetuosa. Há grande valorização para ir além, mas não sozinho e sim, juntos, para frente com os outros, fato este comum a todas as áreas. Acreditamos que este valor para o coletivo se deu por diversos ensejos, sendo um deles: a consciência de que o trabalho em equipe é necessidade histórica da espécie, de somar esforços para alcançar objetivos que, isoladamente, não seriam alcançados ou seriam de modo mais trabalhoso ao ponto de se tornar tão conflituoso e gerar desequilíbrio ao extremo.
Diante disso, trabalhar em equipe, organizar o relatório em grupo significa dizer que cada membro tem autonomia para contribuir e expor ideias de acordo com suas experiências pessoais. A construção de pensar em equipe, não invalida os saberes de cada um, não implica em eliminar as diferenças dos membros, e sim trabalhar estas diferenças – os conflitos.
Assim, o trabalho em equipe pode ser entendido como uma atividade de estratégia concebida para melhorar a efetividade e construir relações, trocas, elos que sozinhos seria impossível, pois precisamos dos laços estabelecidos no grupo para desenvolver o nosso fazer criativo e mais, precisamos de soluções de adaptação com o meio, de trocas para nos modificarmos e modificarmos o outro e, consequentemente, sobreviver.
Estamos aludindo ao que Foley (2003), escreve sobre a teoria da evolução darwiniana, refletindo que a seleção natural cria ambientes favoráveis para as adaptações e, estas são necessárias para a sobrevivência de todas as espécies. Destarte, o homem é o resultado evolutivo em processo que não se estanca, realiza soluções adaptativas com o meio, por isso, são estas adaptações que irão contribuir para a organização e (re)organização da equipe.
Logo, a construção desse relatório bem como de todas as atividades do semestre tiveram um significado desafiador, o de saber ouvir, compreender e (re)ssignificar os pensamentos do repetidas vezes até chegarmos a um trabalho de encerramento do semestre com contribuições de cada membro (alunos, monitores, voluntários, professores).


              








       Reflexão poética nº1
                                                                                                     Por Cátia Assunção

  No decorrer do 1º Semestre do ACC DANA 59 pode-se refletir, o quanto as atividades extraclasses do ACC, possibilitaram ganhos concretos entre os participantes do ACC e as comunidades visitadas, principalmente no refere-se, à autonomia dos estudantes e participantes envolvidos, irradiaram seus conhecimentos nos lugares por onde passaram, ou seja, são agenciadores da produção de conhecimento, afastando assim o equivoco de tê-los como incapazes e até de débil. Pode-se observar o quanto a dança vem desenvolvendo pesquisas necessárias para mudança de antigos paradigmas no que se refere a corpo/dança. Na relação familiar houve a participação de dois familiares que sempre acompanhavam seus filhos e a participação de todos de um modo geral nos momentos das mostras e eventos em que o ACC esteve presente.
Segundo Freire “A autonomia deve estar centrada em experiências estimuladoras da decisão, da responsabilidade, ou seja, em experiências respeitosas da liberdade. Para isso, ao ensinar, o professor deve ter liberdade e autoridade (FREIRE, 2003, p.104).


Reflexão poética nº2
                                                                                      Por Dilton Jesus
Na discussão dos textos, um dos pontos de reflexão recaiu sobre o conceito de dança inclusiva. A dança realizada por dançarinos com deficiência, cujos corpos considerados inaptos e ineficazes, para expressar essa arte, portanto, “doentes” na estatística vitimizadora do assistencialismo oficial, e que contrastam visivelmente com o padrão mecanicista do corpo belo e ideal para a dança. E, nesse contraponto, pode-se observar novas formas de ver e sentir as possibilidades de expressão artística para e com o corpo com deficiência em toda sua complexidade, potencialidade e fisicalidade, conforme Correia2 (2004)

“no que diz respeito ao fazer artístico, na arte contemporânea, a presença dos meios tecnológicos coexiste nos ambientes da vida cotidiana, faz parte do contexto cultural e dos processos artísticos no campo das mediações tecnológicas e de comunicação, e o corpo faz parte disso” (F. Daltro,2006)

O termo dança inclusiva vem sendo revisto, pois tende a  implicar numa exclusão implícita ao que se destaca, como sendo uma particularidade de dança, tomada apenas como um aspecto motivador de habilidades e de elementos distintos para atividades outras, e, não da arte de dançar propriamente dita, daqueles que são considerados incapazes de exercê-la, no dizer dos poderes interessados nessa reafirmação.
Nesse aspecto, Matos (2006)3 apresenta a produção da dança inclusiva como algo a ser repensado enquanto expressão artística inerente ao corpo que dança e suas fisicalidades.
Visto sob esse Ângulo, o Acessibilidade em Trânsito Poético pode demonstrar tanto nas cirandas, quanto nas oportunidades em que foi chamado a se apresentar em outros palcos, um grau de maturidade e “profissionalismo” que o fez destacar-se de modo original e competente frente a outros grupos de mesmo valor, inclusive, em técnica e arte.


Reflexão poética nº3
                                                                                                               Por Darlene Menezes

Diante das vivências e experiências propostas pelo ACC Acessibilidade em Trânsito Poético conclui-se que possibilitou conhecimento refletindo assim, no crescimento deles como alunos e nos como pensadores de dança e agentes de uma sociedade inclusiva e ao mesmo tempo exclusiva. Esse trabalho é a prova de que há possibilidades em meio à deficiência, mostrando assim, não pessoas doentes tentando realizar uma pratica de terapia, mais sim pessoas com deficiência, saudáveis, inteligentes realizando uma pratica para enriquecer seus conhecimentos, tornando-os assim artistas e dançarinos, divulgadores de suas verdades. Recorrendo as autoras Greiner e Katz2(2005,p.8) “O corpo é resultado de contínuas negociações de informações com o ambiente e carrega este modo de existir para outras instâncias de seu funcionamento”.
Reflexão poética nº 4
                                                                                                 Por Tamara Novais

O semestre de 2011.1, no ACC Poéticas da diferença teve como característica principal a produção de Cirandas. Dando-nos a possibilidade de explorar todas as possibilidades de movimento através de ritmos musicais típicos da cultura nordestina e ou brasileira. Com muita improvisação, alegria, plasticidades construíram um semestre com muita dança e molejos diversos, necessários pra quem se propõem a experimentar e a se transformar em um cirandeiro.Recorrendo as autoras Greiner e Katz1(2005, p.8) “O corpo é resultado de contínuas negociações de informações com o ambiente e carrega este modo de existir para outras instâncias de seu funcionamento”.

Reflexão poética nº 5
                                                                                                              Por Manuele Reis
Podemos refletir que o trabalho deste semestre do ACC – Acessibilidade em trânsito poético obteve bons resultado, cada ciranda atingiu os objetivos proposto. Em entrevista aos educandos eles declararam como o ACC, tem contribuído para seu desenvolvimento pessoal, social e artístico, principalmente em relação à autonomia, como exemplo cito a apresentação realizada no painel performático em que a educanda/monitora Mailza sem nem ter sido aconselhada finalizou a apresentação falando de sua satisfação, e agradecendo ao público, com uma presença de palco incrível. Com isso nota-se que a autonomia está presente na vida de cada um dos dançarinos do ACC.
Quando amamos profundamente o que gostamos de fazer, somos impulsionados por uma força interna, nos arriscamos à descoberta. A experiência da descoberta toma conta do nosso corpo, encorajando-nos a saborear intensamente as sensações que nos cercam. É como sentir a brisa suave que vem do mar acariciando nosso rosto, trazendo junto o cheiro do frescor da manhã.
(Fafá Daltro,2004)

Reflexão poética nº 6

                                                                                                Por Ana Clara Santos

Vale destacar que o Acessibilidade em Trânsito Poético participou do Painel Performático da Escola de Dança 2011.1, levando para a cena a composição Cirandas Poéticas fruto de todas as cirandas, sobretudo, obras de Rodin e Frans Kracjeberg, resgatando a cultura nordestina, utilizando como materiais os bambolês (confeccionados com fitas coloridas do Senhor do Bonfim) e mosqueteiro (material muito comum no Nordeste).
Considero esse trabalho das Cirandas Poéticas, o ponto chave para o processo desenvolvido durante o semestre 2011.1 do Acessibilidade em Trânsito Poético. Cabe aqui uma contextualização minha dessa obra com a autonomia co-(labor)ativas que Nogueira (2008) traz em sua tese, explicando que a autonomia não é algo independente, mas sim gerada pelas trocas com o ambiente. Poética, trânsito, possibilidades, exploração, conhecimento, relações, o cirandeiro, a cirandeira, os sons, pensamento, as redes, a energia...nada disso está distante, está no corpo, nas redes, Acessibilidade em Trânsito Poético!!!


Reflexão poética nº 7
                                                                                                       Por Dilsileide Aleluia

Minha reflexão sobre as atividades do ACC Dana 59 foram bem importante para o desenvolvimento dos alunos, instituições visitadas e de todos que fazem perte do ACC Dana 59. Como  cita Correia (2003)2”A dança precisa consolidar o discurso de sua valorização enquanto corpo capaz de poetizar, entendendo-o dentro da perspectiva co-evolutiva entre o corpo biológico e o cultural.”

Conclusão

Concluí-se que o ACC Acessibilidade em Trânsito Poético vem favorecendo a pesquisa em grupo sobre a questão da dança no corpo do dançarino com deficiência.Assunto relativamente novo, e tem sido discutido e despertado o interesse em diversos setores da sociedade. Sabe-se que as principais resistências têm como origem o preconceito, a falta de informação e da vivência com a diversidade. Romper essas barreiras é importante para socializar as informações sobre os modelos de inclusão e permitir que as teorias se aproximem e possam revelar a realidade emergente. Nesse sentido, o ACC DANA 59 , reúne reflexões desenvolvidas na área da dança e os modos de configurações da dança no e para o corpo do dançarino com deficiência. Chamo a atenção para o fato de que na arte, e, especificamente na dança, os discursos que emergem desses corpos falam do corpo vitima, incapacitado, o corpo coitadinho.
Idéias que estimulam a crença da ineficiência. Contrapondo essas ações equivocadas, trago o conceito de Corpomídia (Katz & Greiner, 2005), para discutir que a dança construída nos corpos, seja ele com deficiência ou não são produzidos e correspondentes às suas experiências, diante de todas as interferências que o cerceiam e obstáculos intrínsecos ao viver cotidiano. Considerando que o acesso a educação através da arte é um processo complexo e difícil para todas as pessoas, o que exige esforço, dedicação, incentivo e, condições adequadas para que este conhecimento tenha representatividade, para o dançarino com deficiência, esse incentivo deve ser redobrado com ações estimuladoras para a efetiva profissionalização e valorização nos meios artísticos.
Quando se considera estas noções no campo do discurso poético permitirá trazer à tona a complexidade que se estabelece no corpo do dançarino com deficiência e o aproveitamento de suas potencialidades. Uma tentativa de esclarecer os equívocos que cercam a construção da dança nessas pessoas apoiados no complexo de determinações sócio-historico-cultural que cercam o universo da dança tais como as tendências do corpo belo, ideal, corpo limpo, virtuoso, do corpo funcional e de alto rendimento, igual, sem identidade que até então vem sendo mantido.

Referências

Katz, Helena. Um, dois, três. A dança é o pensamento do corpo. Belo Horizonte: Ed: Fid. 2005.

DALTRO, Fátima, Corpo Sitiado. A comunicação Invisível. Dança rodas e poéticas. São Paulo, 2007.

FOLEY, R. Os Humanos antes da Humanidade: uma perspectiva evolucionista. São Paulo: UNESP, 2003.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia - saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
NOGUEIRA, I. C. Poéticas de Multidão- Autonomias Co-(Labor)ativas em Redes. Tese apresentada à Potifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 2008.


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Catia Assunção: Relatório final sobre as atividades extraclasses d...

Catia Assunção: Relatório final sobre as atividades extraclasses d...: "Universidade Federal da Bahia Escola de Dança Programa de Graduação Cátia Regina de Jesus Assunção Relatório final sobre as atividad..."

Relatório final sobre as atividades extraclasses do ACC Acessibilidade em Trânsito poético Dana 59 no 1º Semestre de 2011.

Universidade Federal da Bahia
Escola de Dança
Programa de Graduação



Cátia Regina de Jesus Assunção

    Relatório final sobre as atividades extraclasses do ACC Acessibilidade em Trânsito poético Dana 59 no 1º Semestre de 2011.

                                                            

                                                            


                                                                 

                                                                   Salvador
                                                         2011



Universidade Federal da Bahia
Escola de Dança
Programa de Pós Graduação



   

Cátia Regina de Jesus Assunção

Relatório final sobre as atividades extraclasses do ACC Acessibilidade em Trânsito poético Dana 59 no 1º Semestre de 2011.


Trabalho requisitado como resultado da disciplina “Dana 59” sob orientação do Prof.ª Dr.ªFátima Campos Daltro de Castro e Profª Drª  Lenira Rengel Peral


                                                                    Salvador
                                                           2011
                                         
        Introdução

 Na produção do conhecimento o artista cria métodos, formula generalizações e sistematiza conceitos. Esses conceitos mudam a História, fazendo que haja uma constante mudança no contexto cultural contemporâneo, exigindo do estudante de dança, uma constante atualização de seus conhecimentos. Em função dessa realidade é relevante expor as atividades extraclasses desenvolvidas no ACC Dana 59, Acessibilidade em Trânsito Poético no 1º Semestre de 2001, como objetivo de desenvolver estudos científicos em Dança dentro e fora do ambiente Acadêmico tendo como gestores os Professores, estudantes de Graduação, Bacharelado, Mestrado e as Pessoas com Deficiência que atuam no Dana 59.
Em 2011, o ACC DANA59 - Acessibilidade em Trânsito Poético apresentou duas frentes de ações: a primeira, com o propósito de divulgação através do acesso em instituições que dão suporte à pessoa com deficiência através do contato por email, telefone para agendamento de visita, realização da ciranda artística e debates interativos. Essa demanda foi disponibilizada no diretório Moodle. ufba como forma de registro das atividades e troca de informações dos resultados alcançados nesses encontros. Aproveito para deixar registrado o caminho em que dominam as boas intenções e o esforço do grupo de estudantes, monitores e professores que se debruçam e refletem a educação através de práxis educativa em dança buscando relações de proximidade com a cultura dos estudantes. Como enfatiza Fernando Hernandez1 (pg.35), Tomar exemplos da cultura que nos rodeia tem a função de aprender a interpretá-las de diferentes pontos de vista e favorecer a tomada de consciência do estudante sobre si mesmo e o mundo do qual faz parte. Pontuo também a disponibilidade, atenção e carinho com que fomos recebidos nas instituições onde se construiu uma relação que favoreceu a realização do projeto, e em tempo, a possibilidade de estágio para os estudantes de graduação em dança.
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1 Fernando Hernandez é Doutor em Psicologia e professor de História da Educação Artística e Psicologia da Arte na Universidade de Barcelona.

Cito a seguir as instituições que foram visitadas: Centro de Educação Especial, Associação de Cegos da Bahia, Instituto Baiano de Reabilitação, Pestalozzi.
 A segunda ação do projeto foi o Estágio Pós-Doutoral, hora em desenvolvimento na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Barcelona (2011) com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de pessoal de Nível Superior Ministério da Educação (Capes - MEC) com vistas ao incremento do intercâmbio técnico-científico e conseqüente internacionalização de docentes e pesquisadores brasileiros. Tais ações tiveram o interesse em possibilitar a troca de informações entre culturas diferentes observando as possibilidades de criar uma rede de relações em outros lugares para possíveis diálogos em rede. Esse processo ainda está em andamento. Tais ações contam com o suporte do Grupo de Pesquisa Poética da Diferença (PODI), com reuniões sistemáticas para discussões de textos e reflexões sobre o andamento do projeto, as indagações concernentes, possíveis desdobramentos, bem como o planejamento e elaboração de aulas.  Além de práxis educativas em dança, o projeto também prevê processos de criação e configuração em dança, contando com a parceria do Grupo X de Improvisação em Dança 2.
            As atividades do ACC Foram disponibilizadas nas Redes Sociais (Movimient.org, Facebook, Twitter, Orkut, Moodle Ufba) possibilitando ao grande público acesso aos relatórios, fotos, entrevistas, laboratórios de corpo, textos científicos, discussões e performances. Atualmente o acesso ao conhecimento é uma das marcas das Redes Sociais. O conhecimento científico atravessa os muros acadêmicos e ajuda a construir uma Sociedade mais democrática. Nesse trânsito poético todos produzem  conhecimento gerando relatos alternativos ou em  diálogo com os existentes. Tal condição amplia o campo de ação da dança e do corpo que dança favorecendo o espaço crítico para incidir de maneira transformadora na sociedade frente a visão hegemônica, como as velhas ideias do corpo ideal para dança.
 2 Grupo X de Improvisação em Dança  Grupo Contemporâneo de Dança sob a direção da coreógrafa Fatima Daltro.

Como  cita Daltro(2003)3”A dança precisa consolidar o discurso de sua valorização enquanto corpo capaz de poetizar, entendendo-o dentro da perspectiva co-evolutiva entre o corpo biológico e o cultural.” O contexto extraclasse é relevante para o estudo do Corpo, no que se refere ao dialogo do dançarino com vários ambientes que possibilitem o conhecimento.Quando o corpo realiza uma atividade vinculada ao conheciemnto artistico, no nosso caso a dança, a investigação  do movimento põe em manifestação, além dos sentidos perceptivos ( contato, audição, visão, percepção sensoriomotora, entre outros), amplia o conhecimento, e, sobretudo, define e fortalece a sua identidade em relação com as capacidades de discernir valorar, interpretar, compreender, representar, imaginar...o que rodeia a si mesmo e ao entorno.
O corpo-ambiente é o ponto de localização dos sentidos, olhamos o  mundo do ponto de vista do corpo, a variedade de expressões do corpo esta intrinsicamente relacionado com a variação de concepções que ele tem sobre o que são as coisas. Assim, a dança como forma de arte e campo de conhecimento propõe reflexao sobre as formas de pensamento da cultura em que se produzem. Recorrendo as autoras Greiner e Katz4(2005,p.8) O corpo é resultado de contínuas negociações de informações com o ambiente e carrega este modo de existir para outras instâncias de seu funcionamento”.

Atividades Extraclasses do ACC DANA 59
Data:21 de Março 
III Jornada comemorativa ao dia Internacional da Síndrome de Down 2011: contribuição da Síndrome Down na inclusão da grande diversidade.
 A Jornada foi desenvolvida entre o Programa Genética & Sociedade – Instituto de Biologia (UFBA),Associação Ser Down, Apae de Salvador   e pelo Centro de Educação Especial da Bahia(CEBA). Na Jornada foram analisados avanços e novos desafios para as Pessoas com Síndrome de Down.
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3  Fátima Daltro é professora da Escola de Dança da UFBA,atualmente desenvolve  sua Pós Graduação na Universidade   de Barcelona .
4 .Helena Katz é Professora e crítica de dança e4 Christine Greiner  é doutora pelo Programa de Semiótica da PUC.

Um dos pontos discutidos  na Jornada,foi renvidicar do Governo, mais investimento de pesquisas Científicas que possam contribuir para a melhora da qualidade de vida das Pessaos com Deficiência,assim como criar locais com mais acessibilidade e a qualificação dos Professores e funcionários da Escola Pública.
A programação contou com a palestras,mesas redondas,depoimentos,filmes e apresentação de Dança e Teatro.Foi observado na Jornada o esforço  da família,Escola  Instutuiçõe em  assegurar os dirteitos das PCD como saúde,Educação,Cultura e  emprego.  
13 de Maio
Passeio Cultural ACC Acessibilidade em Trânsito Poético ao Museu Rodin.
 O passeio Cultural do ACC Acessibilidade em Trânsito Poético DANA59 ao Museu Rodin. Com objetivo de favorecer apreciações artísticas, análises críticas e propiciar a criação em Dança, através das obras de Rodin e de Frans Krajcberg, bem como possibilitar o acesso a cultura e aos espaços públicos as Pessoas com Deficiência. No processo de construção do contexto social inclusivo.
   20 de Maio
1ª Ciranda ACC nas Instituições - Associação de Cegos da Bahia.
Evento comemorativo do Dia Mulher organizada pela Associação de Cegos da Bahia.A 1ª  Ciranda Artística nas Instituições teve como objetivo introduzir, a discussão sobre os conceitos de identidades/alteridade e propiiar a percepção corporal entre todos os participantes do Evento. No que se refere no conceito de Alteridade, a Ciranda ACC, propiciou a percepção das  características do outro que não sou “eu” reconhecimento das identificações   individuais e do coletivo.
     18 de Abril
 Casulo na Dança

O Evento Casulo na Dança, em 18 de Abril, proposto pela Organização Perspectivas em Movimento, em parceria com o Cine Teatro Solar Boa Vista, compondo as ações do mês da dança e o "Dia Internacional da Dança" (29 de abril), instituído pela Unesco. A Ciranda foi mediada pelo dançarino Rubem Oliveira.
     1 de Julho
 Espetáculo Judite quer chorar, mas não consegue!
 O coreografo Edu Oliveira, apresentou para as crianças (gente grande também ), o espetáculo Judite quer chorar, mas não consegue!Foram três atividades correlacionadas: espetáculo, Contação de História e lançamento do livro infantil contando história da lagarta mais medrosa que conheço. A Contação de história foi  feita por Drica Rocha e Ana Luiza Reis que também estavam  em cena fazendo a musica


7 de Julho
A Escola de Dança da UFBA como um grande palco de dança, onde serão apresentados vários trabalhos artísticos de alunos, desenvolvidos ao longo deste semestre letivo, em diferentes espaços da Escola. O evento realizado nos dias 28 e 30 de junho e 5 e 7 de julho, ás 17:30 horas objetiva divulgar os trabalhos acadêmico-artísticos desenvolvidos no âmbito da Escola de Dança para o publico em geral. O ACCDANA 59- Acessibilidade em Trânsito Poético, apresentou um trabalho homenageando a cultura Nordestina/Junina com a Coreografia Cirandas Poéticas. A temática focalizou  a Poesia da Cultura Popular como as Cirandas, Capoeira, Forró, brincadeira das fitas e outros. Pesquisa teve como ponto de partida os trabalhos desenvolvidos no primeiro semestre numa resignificação criativa das manifestações populares.

Métodos
Os métodos utilizados para as atividades extraclasses foram:
       I-            Visitas, Agendamentos, Reuniões nas Instituições citadas Centro de Educação Especial da Bahia, Associação de Cegos da Bahia,Instituto Baiano de Reabilitação e o Pestalozzi;
    II-            Apreciação Artística das obras de Arte no Museu Rodin;
 III-            Realização de Cirandas-Artísticas (atividade realizada junto aos indivíduos de diferentes instituições incluindo performances, aulas aberta e rodas de discussões acerca do tema dança-deficiência); para o público do Casulo na Dança e Associação de Cegos da Bahia;
 IV-            Criação de Blog acessível e Mooddle da UFB, Facebook, Twitter,Orkut,Movimiento.org.

Dificuldades encontradas
Dificuldades encontradas estão relacionadas à disponibilização do tempo entre reuniões, agendamentos e apresentações nas instituições, onde encontramos uma carga burocrática bem grande apesar de todos os esforços e compreensão a atendimento às necessidade referentes á apresentação das Cirandas Artísticas.

Conclusão

  Concluí-se que as atividades extraclasses do ACC, possibilitaram ganhos concretos entre os participantes do ACC e as comunidades visitadas, principalmente no refere-se, à autonomia dos estudantes e participantes envolvidos, irradiaram seus conhecimentos nos lugares por onde passaram, ou seja, são agenciadores da produção de conhecimento, afastando assim o equivoco de tê-los como incapazes e até de débil. Pode-se observar o quanto a dança vem desenvolvendo pesquisas necessárias para mudança de antigos paradigmas no que se refere a corpo/dança. Na relação familiar houve a participação de dois familiares que sempre acompanhavam seus filhos e a participação de todos de um modo geral nos momentos das mostras e eventos em que o ACC esteve presente.
Segundo Freire “A autonomia deve estar centrada em experiências estimuladoras da decisão, da responsabilidade, ou seja, em experiências respeitosas da liberdade. Para isso, ao ensinar, o professor deve ter liberdade e autoridade (FREIRE, 2003, p.104), em que a liberdade deve ser vivida em plenitude com a autoridade. 



Referências

HERNÁNDEZ, Fernando.; VENTURA, Montserrat. A organização do currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. 5ed., Porto Alegre: Artmed, 1998.

DALTRO, Fátima, Corpo Sitiado...A comunicação Invisivel.Dança,Rodas e Poéticas.São Paulo,2007.

GREINER, Christine. O corpo: pistas para estudos indisciplinares. São Paulo: Annablume, 2005.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia - saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2003.