sexta-feira, 24 de junho de 2011

A Dança dos Hormônios para o ENECULT.Por Cátia Assunção.

O que são
     Hormônios são substâncias químicas que transferem informações e instruções entre as células, em animais e plantas. Também chamados de "mensageiros químicos do corpo", os hormônios regulam o crescimento, o desenvolvimento, controlam as funções de muitos tecidos, auxiliam as funções reprodutivas, e regulam o metabolismo (o processo usado pelo organismo para produzir energia a partir dos alimentos). Diferentemente das informações enviadas pelo sistema nervoso, que são transmitidas via impulsos elétricos, se deslocam rapidamente, têm um efeito quase imediato e de curto prazo, os hormônios são mais vagarosos e seus efeitos mantêm-se por um período mais longo de tempo.
    Eles foram identificados pela primeira vez em 1902 pelos fisiologistas britânicos William Bayliss e Ernest Starling. Eles demonstraram que uma substância retirada do revestimento do intestino podia ser injetada num cão para estimular o pâncreas a produzir fluido. Eles chamaram essa substância de secretina e cunharam o termo "hormônio", do grego hormo, que significa "pôr em movimento". Atualmente, mais de 100 hormônios já foram identificados. 
     Os hormônios são produzidos por glândulas ou tecidos especializados, que os segregam conforme as necessidades do organismo. A maioria dos hormônios é produzida pelas glândulas do sistema endócrino, como a hipófise, a tireóide, as supra-renais, além dos ovários e testículos. Essas glândulas endócrinas produzem e segregam os hormônios diretamente na corrente sangüínea. Porém, nem todos os hormônios são produzidos pelas glândulas endócrinas. As mucosas do intestino delgado produzem hormônios que estimulam a secreção de sucos digestivos do pâncreas. Outros hormônios são também produzidos pela placenta, um órgão formado durante a gravidez, com a finalidade de regular alguns aspectos do desenvolvimento do feto. 
     Normalmente os hormônios são classificados em dois tipos principais, com base na sua composição química. Quase todos os hormônios são peptídios, ou derivados de aminoácidos, que incluem os hormônios produzidos pela parte anterior da hipófise, pela tireóide, paratireóides, placenta e pâncreas. Os hormônios peptídicos são normalmente produzidos na forma de proteínas maiores. Quando seu trabalho é exigido, esses peptídios são decompostos em hormônios biologicamente ativos e secretados no sangue, para que circulem em todo o organismo. 
     O segundo tipo de hormônio é o dos esteróides (sexuais), que incluem os hormônios secretados pelas glândulas supra-renais, ovários e testículos. Os hormônios esteróides são sintetizados a partir do colesterol e modificados por uma série de reações químicas, até que um hormônio fique pronto para ser posto em ação imediatamente. 
Como funcionam
     A maioria dos hormônios é lançada diretamente no sangue, onde circulam através do corpo em concentrações muito baixas. Alguns hormônios trafegam intactos pela corrente sangüínea. Outros já precisam de uma substância portadora, como uma molécula de proteína, para se manterem dissolvidos no sangue. Essas portadoras também funcionam como reservatórios de hormônios, mantendo constante a concentração hormonal e protegendo o hormônio a que estão ligadas contra decomposição química no decorrer do tempo. 
     Os hormônios trafegam pelo sangue até atingirem seus tecidos-alvo, onde eles ativam uma série de alterações químicas. Para atingir um pretendido resultado, um hormônio precisa ser reconhecido por uma proteína especializada nas células do tecido-alvo, chamada de "receptor". Normalmente, hormônios hidrossolúveis (que se dissolvem em água) usam receptores localizados na superfície da membrana da célula do tecido-alvo. Uma série de moléculas especiais no interior da célula, conhecidas como "segundos mensageiros", transportam as informações do hormônio para o interior da célula. Já os hormônios lipossolúveis (se dissolvem em gordura), como os esteróides, passam através da membrana da célula e ligam-se a receptores encontrados no citoplasma. Quando um receptor e um hormônio se ligam, as moléculas de ambos passam por alterações estruturais que ativam mecanismos no interior da célula. Esses mecanismos produzem os efeitos especiais induzidos pelos hormônios. 
     Os receptores na superfície das membranas das células são constantemente renovados. Novos receptores são produzidos pelas células e inseridos na parede celular. E os receptores que reagiram com hormônios são decompostos quimicamente ou reciclados. A célula pode responder, se necessário, a concentrações anormais de hormônios no sangue, através de um aumento ou uma diminuição do número de receptores em sua superfície. Caso a concentração de um hormônio no sangue aumente, o número de receptores na parede celular pode ser diminuído, para manter o mesmo nível de interação hormonal na célula. Se a concentração hormonal no sangue diminuir, esse mecanismo de regulagem aumenta o número de receptores na célula. 
     Alguns hormônios são entregues diretamente ao tecido-alvo, em vez de ficarem circulando por toda a corrente sangüínea. É o caso dos hormônios do hipotálamo (uma parte do cérebro que controla o sistema endócrino), que são entregues diretamente à vizinha glândula hipófise, onde suas concentrações são centenas de vezes mais elevadas que no sistema circulatório. 
Efeitos
     Os efeitos dos hormônios são complexos, mas suas funções podem ser divididas em três grandes categorias. Alguns hormônios alteram a permeabilidade da membrana celular. Outros podem alterar a atividade de enzimas. E alguns estimulam a liberação de outros hormônios. 
     Estudos recentes demonstraram que os efeitos mais prolongados dos hormônios acabam por resultar na ativação de genes específicos. Quando um hormônio esteróide entra numa célula, por exemplo, ele se liga a um receptor no citoplasma da célula. Esse receptor torna-se ativo e penetra no núcleo da célula, onde se liga a áreas específicas do ácido desoxirribonucleico (DNA - longas moléculas que contêm genes individuais). Isso ativa alguns genes e desativa outros, alterando a atividade da célula. Os hormônios também regulam ácidos ribonucleicos (RNA), em sínteses de proteínas. 
     Um mesmo hormônio pode afetar um tecido de forma diferente daquela com que ele afetaria um outro tecido, pois os tecidos celulares estão programados para responder de forma diferente a um mesmo hormônio. Um mesmo hormônio pode também ter efeitos diferentes sobre um mesmo tecido em diferentes épocas da vida. Para aumentar ainda mais essa complexidade, alguns efeitos induzidos por hormônios podem exigir a ação de mais de um hormônio. 
     Este complexo sistema propicia controles de segurança, de forma que, em caso de deficiência de um hormônio, outros o compensarão. 
Na mulher
     Estrona, estradiol e estriol são os três mais importantes estrógenos produzidos no corpo humano. Por causa das suas respectivas posições na seqüência da biossíntese, a estrona é citada como E1, o estradiol como E2 e o estriol como E3. No estado de não-gravidez, a estrona e o estradiol são produzidos pelos ovários em quantidades de apenas 100 a 200 microgramas por dia, e o estriol é apenas um escasso subproduto do metabolismo da estrona. Durante a gravidez, no entanto, a placenta é a principal fonte de estrógenos, e o estriol é produzido em miligramas, ao passo que a estrona e o estradiol são produzidos em microgramas, sendo o estradiol excretado em menor quantidade. Após a menopausa, a estrona continua a ser feita através da conversão do esteróide adrenal chamado androstenediol, principalmente nos tecidos gordurosos e células musculares. Quanto mais gordura, mais estrona é produzida. Na verdade, algumas mulheres obesas produzem mais estrogênio na menopausa do que mulheres magras na pré-menopausa. No entanto, mulheres obesas não são imunes ao problema das ondas de calor. 
     O estriol produzido pela placenta é feito a partir de um hormônio chamado DHEA - (desidroepiandrosterona), suprido pela m&ãe ou pelo córtex adrenal do feto. Por causa da participação do feto na formação do estriol, a medição desse hormônio pode ser um sensível indicador do bem-estar da placenta e/ou do feto. A placenta torna-se também a principal fonte de progesterona, produzindo entre 300 e 400 miligramas por dia, durante o o terceiro trimestre. O estriol e a progesterona são, portanto, os principais esteróides sexuais presentes durante a gravidez.
     Os estrógenos, de uma maneira geral, tendem a promover a divisão celular, particularmente em tecidos sensíveis aos hormônios, como os da mama e os do revestimento uterino. Entre os três estrógenos, o estradiol é o que mais estimula o seio, e o estriol é o que menos estimula. O estradiol é 1.000 vezes mais potente em seus efeitos sobre os tecidos da mama do que o estriol. Estudos de duas décadas atrás mostraram claramente que uma exposição muito longa ao estradiol (e também à estrona, em menor proporção) aumenta o risco do câncer de mama, ao passo que o estriol é protetor. 
     O etinilestradiol sintético, comumente utilizado em anticoncepcionais e na suplementação de estrogênio, apresenta um risco ainda maior de câncer da mama, por ser eficientemente absorvido via oral e por ser metabolizado e excretado lentamente. Quanto mais tempo um estrógeno sintético permanecer no corpo, mais oportunidade ele tem de causar danos. Como esse fator da lentidão no metabolismo e na excreção é válido para todos os estrógenos sintéticos, seria lógico pensar-se que, em todos os casos de suplementação com estrógenos, os hormônios naturais são superiores. 
     O estriol é o estrógeno mais benéfico para a vagina, o cérvix e a vulva. Nos casos de atrofia ou secura vaginal na menopausa, que predispõe a ocorrência de vaginite e cistite, o estriol seria teoricamente o estrógeno mais eficaz (e mais seguro) na suplementação. 
     O estrogênio é responsável pelas alterações que ocorrem nas meninas na puberdade, como o crescimento e desenvolvimento da vagina, do útero e das trompas de Falópio. Ele causa o aumento no tamanho dos seios, através do crescimentos dos ductos, de tecido estromal e da gordura. O estrogênio contribui para a modelagem (conteúdo gorduroso) dos contornos do corpo feminino e para a maturação do esqueleto. Ele também é responsável pelo crescimento dos pelos das axilas e pubianos, bem como pela pigmentação das aréolas e mamilos dos seios. 
     Existem, sem dúvida alguma, boas razões evolucionárias para alguns dos efeitos aparentemente negativos do estrogênio no corpo humano, como a retenção de líquidos e o aumento de peso. Se considerarmos o estrogênio em termos de procriação e sobrevivência do feto, parece ser vantajoso para a criança que a mãe grávida tenha condições de armazenar gordura corpórea, como precaução para os períodos de
escassez de alimentos.
     Assim, os efeitos do estrogênio abrangem muito mais que sua ação de dar forma ao corpo feminino e que seu estímulo para o útero e seios. Em períodos de fome intensa, quando a mulher esteja nutricionalmente incapacitada de levar a cabo uma gravidez, a produção de estrogênio diminui, para evitar a fertilidade. Em tempos de constante abundância de alimentos, porém, os efeitos do estrogênio são potencialmente perigosos.
     Quando a mulher consome muito mais calorias do que necessita, a produção de estrogênio aumenta proporcionalmente para níveis acima do normal, podendo assim preparar o terreno para a síndrome da predominância estrogênica e para um declínio exagerado de estrogênio na menopausa.
     Na maioria dos países adiantados, as dietas alimentares são ricas em gordura animal, açúcar, amidos refinados e alimentos processados, fornecendo calorias em excesso às necessidades da mulher e dando origem a níveis estrogênicos duas vezes mais elevados que os das mulheres de países do Terceiro Mundo, de economias mais agrárias. 
     Nesse contexto, vale a pena comparar os efeitos fisiológicos do estrogênio e da progesterona: 
Efeitos do estrogênio
Efeitos da progesterona
cria um endométrio proliferativo
mantém um endométrio secretor
causa estimulação dos seios
protege contra o seio fibrocístico
aumenta a gordura corpórea
auxilia no uso da gordura como energia
retenção de sal e de líquidos
diurético natural
depressão e dores de cabeça
antidepressivo natural
interfere nos hormônios da tireóide
facilita a ação dos hormônios da tireóide
aumenta os coágulos no sangue
normaliza a coagulação sangüínea
diminui a libido
restaura a libido
enfraquece o controle do açúcar no sangue
normaliza os níveis de açúcar no sangue
perda de zinco de retenção de cobre
normaliza os níveis de zinco e de cobre
reduz o nível de oxigênio em todas as células
restaura a nível adequado o oxigênio celular
aumenta os riscos de câncer do endométrio
evita o câncer endométrico
aumenta riscos de câncer da mama
ajuda a prevenir o câncer da mama
restringe um pouco a função dos osteoclastos
estimula a construção óssea pelos osteoblastos
reduz o tônus vascular
restaura o tônus vascular normal
aumenta riscos de doença na vesícula biliar
necessária para a sobrevivência do embrião
aumenta o risco de doenças auto-imunes
precursora dos corticosteróides
     A progesterona é produzida principalmente pelo corpus luteum (corpo amarelo), o qual ocorre após a liberação do óvulo pelo folículo ovariano. Como não ocorre ovulação após a menopausa e como esse hormônio é produzido em diminutas quantidades por outras partes do corpo, a progesterona praticamente some do organismo da mulher na menopausa. Então, por óbvio, esse é o hormônio que deve ser reposto (se necessário), e não o estrogênio, cuja produção cai apenas uns 50 por cento na menopausa! 
     A progesterona natural parece ter sido totalmente negligenciada pela ciência médica, que tem se concentrado, erroneamente, no hormônio estrogênio. Considerando que a progesterona natural não é patenteável e ainda é barata, não surpreende que isso tenha acontecido. É importante, porém, ter-se um entendimento e uma avaliação bem mais amplos a respeito deste extraordinário hormônio. 
     A progesterona é responsável por manter a secreção do endométrio, que é necessária para a sobrevivência do embrião, bem como pelo desenvolvimento do feto ao longo da gestação. É pouco percebido, no entanto, que a progesterona é a mãe de todos os hormônios. A progesterona é importante precursora na biossíntese dos corticosteróides supra-renais (hormônios que protegem contra o stress) e de todos os hormônios sexuais (testosterona e estrogênio). 
     Isso significa que a progesterona tem a faculdade de ser transformada em outros hormônios ao longo do caminho, à medida que e quando o organismo precisar deles. É preciso que seja enfatizado que o estrogênio e a testosterona são produtos metabólicos finais feitos da progesterona. Não havendo uma quantidade adequada de progesterona, o estrogênio e a testosterona não estarão suficientemente disponíveis no organismo. 
     Além de ser a precursora dos hormônios sexuais, a progesterona também facilita muitas outras funções fisiológicas importantes e intrínsecas, conforme amplamente descrito em outras partes deste site. 
 
Menstruação & menopausa
     Até recentemente, os médicos pensavam que a menopausa começava quando todos os óvulos do ovário se tivessem esgotados. Porém, trabalhos recentes demonstraram que a menopausa provavelmente não é desencadeada pelo ovário, mas sim pelo cérebro. Parece que tanto a puberdade quanto a menopausa são eventos acionados pelo cérebro. 
     A menstruação depende de uma complexa rede de comunicação hormonal entre os ovários, o hipotálamo, e a glândula pituitária (hipófise) no cérebro. O hipotálamo segrega um hormônio que libera gonadotrofina (GnRH), que desencadeia a produção do hormônio estimulador dos folículos (FSH) pela hipófise. O FSH então estimula o crescimento dos folículos do óvulo (pequeno saco ou glândula excretora) nos ovários, para provocar a ovulação. À medida que os folículos crescem, o estrogênio é produzido e lançado no sangue. 
     Esta reação em cadeia não é uma via de mão única. O estradiol, um dos estrógenos ovarianos na corrente sangüínea, também age sobre o hipotálamo, causando uma alteração no GnRH. A seguir, esse hormônio modificado estimula a hipófise a produzir o hormônio luteinizante (LH), o qual provoca a eclosão dos folículos e a liberação do óvulo. Após o óvulo ser expelido, também a progesterona é produzida pelos folículos, os quais se transformam em corpus luteum. 
     Todos os hormônios liberados durante o ciclo menstrual são segregados não de forma constante, contínua, mas sim em quantidades dramaticamente diferentes durante as diferentes partes do ciclo de 28 dias. 
     Nos primeiros oito a onze dias do ciclo menstrual, o ovário da mulher produz muito estrogênio. O estrogênio prepara os folículos para a liberação de um dos óvulos. O estrogênio é responsável pela proliferação de mudanças que ocorrem durante a puberdade: o crescimento dos seios, o desenvolvimento do sistema reprodutivo e a forma feminina do corpo da mulher. 
     A taxa de secreção de estrogênio começa a diminuir ao redor do 13º dia, um dia antes de ocorrer a ovulação. À medida que o estrogênio diminui, a progesterona começa a aumentar, estimulando um crescimento muito rápido do folículo. Com o início da secreção da progesterona, ocorre também a ovulação. Depois que o óvulo é liberado do folículo, este começa a mudar, aumentando de tamanho e tornando-se um órgão diferente, conhecido como corpus luteum. A progesterona é segregada pelo corpus luteum, este minúsculo órgão com uma enorme capacidade para produzir hormônio. A onda de progesterona no período da ovulação é a fonte da libido – e não o estrogênio, como normalmente se pensa. 
     Após 10 ou 12 dias, se não ocorrer fertilização, a produção ovariana de progesterona cai drasticamente. É este declínio súbito nos níveis de progesterona que desencadeia a secreção endométrica (menstruação), o que leva a uma renovação de todo o ciclo menstrual. 
     A progesterona e o estrogênio originados nos ovários estimulam o crescimento do endométrio (tecido que reveste o útero), como preparação para a fertilização. O estrogênio age no crescimento do tecido endométrico, enquanto a progesterona facilita a secreção nesse tecido que reveste o útero, a fim de que o óvulo fertilizado (ovo) possa ser implantado com sucesso. A progesterona em quantidade adequada é portanto o hormônio mais essencial para sobrevivência do óvulo fertilizado e do feto. 
     Ao redor dos 40 anos de idade, a interação entre os hormônios se altera, o que leva, com o passar do tempo, à menopausa. Como é que isso ocorre ainda não está bem claro. A menopausa pode ter início por alterações no hipotálamo e na hipófise, e não nos ovários. Os cientistas têm realizado experiências em que são substituídos os ovários de camundongos jovens por ovários de camundongos mais velhos e que já não conseguem reproduzir. Foi constatado que os camundongos jovens conseguem se acasalar e ter filhotes. Isso demonstra que ovários velhos colocados num ambiente jovem conseguem responder. Por outro lado, quando ovários jovens são colocados em camundongos velhos, estes não conseguem se reproduzir. 
     Seja qual for o mecanismo que desencadeia a menopausa, à medida que menos folículos são estimulados, diminui a quantidade de progesterona e de estrogênio produzidos pelos ovários, embora outros hormônios continuem a ser produzidos. De forma alguma os ovários murcham e param de funcionar, como popularmente se acredita. Com a redução desses hormônios, a menstruação torna-se escassa, irregular e acaba um dia cessando por completo. 
     No entanto, outras partes do corpo – como glândulas supra-renais, pele, músculos, cérebro, glândula pineal, folículos do cabelo e a gordura do corpo têm condições de produzir esses mesmos hormônios, possibilitando ao corpo feminino fazer ajustes no equilíbrio hormonal após a menopausa, desde que a mulher tenha cuidado bem de si mesma nos anos do período pré-menopausa, com um estilo de vida e dieta adequados, além da devida atenção para com a saúde mental e emocional. 
     A mulher que passa pela menopausa tem a oportunidade de entrar nessa fase da vida fortalecida pela sabedoria e pela criatividade, como nunca antes. Ela ganha acesso ao conhecimento interior profundo. A renomada socióloga Margaret Mead disse: “Não há nada mais poderoso que uma mulher na menopausa e com entusiasmo!” Em muitas culturas ao redor do mundo a menopausa é uma transição e uma iniciação à realização do poder da mulher, totalmente sem sintomas. Ela é tida no mais alto conceito em sua comunidade, como uma idosa sábia e respeitada.

domingo, 19 de junho de 2011

Proposta da Performance Microquímicas do Poder para ENECULT por Cátia Assunção.


Performance 
Microquímicas do poder  
Cátia Assunção [1]

            A presente performance “Microquímicas do poder” tem como participante a  Intérprete Criadora Cátia Assunção. A idéia geral da proposta deu-se pelo interesse da Intérprete Criadora em fazer a transposição entre Dança Contemporânea e Filosofia Social. Assim, foram investigadas, as relações entre estados pré e menstruais (alta tensão muscular) e comportamentos artísticos e estéticos, conteúdos e achados do produto coreográfico.
 Este processo foi favorecido por estudos do filósofo francês Michel Foucault, no livro “Microfísicas do poder” e em outros textos. A Performance “Microquímicas do poder” foi desenvolvida a partir dos resultados práticos e teóricos como bolsista da Iniciação científica PIBIC /CNPq: Os estrogênios no Corpo que cria/ação: Estados de Tensão no corpo que dança. O estudo investigou, a partir de aportes teóricos (em áreas de interfaces entre Dança e Fisiologia, Medicina e Neurociências), os estrogênios e seus efeitos e influências no corpo que dança. Segundo pesquisas, os estrogênios, juntos com numerosos outros fluxos hormonais, influenciam na cognição e no comportamento da mulher.
A escolha do livro “Microfísicas do poder” deu-se pelo motivo de ser uma coletânea de artigos, cursos, entrevistas, debates em que o autor analisa questões entre as correlações entre a medicina, a psiquiatria, a geografia, o corpo a sexualidade, o papel dos intelectuais e a política. Segundo estudiosos, Foucault concebe, em seus últimos textos, o papel dos indivíduos livres, éticos e racionais nas lutas pela transformação social e política. Partindo das citações foucaultianas sobre autonomia, comecei a investigar minhas memórias e vivências como mulher. Comecei minha composição coreográfica sobre diferentes estados do corpo pré e menstrual, ilustrando toda uma trajetória de punições corporais (a exemplo, uma forte contração nos meus ombros, fechado para frente, devido possivelmente pelo fator emocional). Eram padrões de tensões e contrações. musculares crônicas, e suas conseqüências comportamentais (psicológicas e sociais), pesquisando seletivas transformações dessas tensões que resultavam em novos estados, sentimentos e capacidades para ação, o que deu foco, direção e identidade a esse plano de trabalho.
          O plano de trabalho foi desenvolvido paralelamente com o projeto do professor-orientador da Escola de Dança David John Iannitelli  sobre Como e por que a dança nos move, do ponto de vista de alterações bioquímicas corporais, precedente à ação e ao pensamento de dançar. O professor-orientador também não encontrou nenhum registro bibliográfico científico sobre a interface hormônios/dança, além dos atestados descritivos de dançarinos e outros profissionais da dança sobre o ato de dançar e efeitos no corpo e tipos de padrões que resultam em ações endocrinológicas. Estudos encontrados dos movimentos corporais do tango, da dança árabe e da dança hindu citavam interação e inter-regulação entre o espírito da dança, as ações corporais e as emoções que indicavam um provável diálogo entre emoções e movimento através da mediação endocrinológica. Assim como no projeto do ano passado (sobre a neuro-cognição do corpo dançante), do professor-orientador, que constatou que, até agora, este estado e capacidade do corpo de imprimir qualidades performativas aos seus movimentos, de querer e conseguir dançar, não foi ainda estudado com o apoio de mapeamentos cerebrais, nem hormonais.
            Este estudo preliminar fez um levantamento teórico das ações hormonais nos estados de tensão, principalmente na fase pré-menstrual através de estudo da literatura sobre o ciclo dos estrogênios e seus efeitos no corpo e no comportamento da mulher.  Dentre os resultados obtidos, os seis meses de experimentações laboratoriais desenvolvidos por mim estão registrados em diário de bordo; estudos corporais e criativos foram desenvolvidos em laboratórios de corpo & criações individuais e com adolescentes (grupo de IC Junior sob a orientação do Professor David); três obras coreográficas desenvolvidas a partir da utilização das informações corporais (estados de corpo).

Como meios específicos de divulgação da pesquisa e de seus resultados foram publicado por completo como resultado do 1º Encontro de Pesquisadores em Dança, no prelo; um ensaio monográfico e apresentação de entrevista para a TV UFBA; além de quatro apresentações públicas performáticas e uma apresentação oral como aluna especial do Curso de Mestrado em Dança da UFBa.Apresentada também no Enearte de 2010.O processo metodológico para o desenvolvimento desta pesquisa abrange procedimentos de confrontação entre os referenciais teóricos, a prática enquanto artista e a vivência enquanto mulher.Essa pesquisa é de natureza qualitativa e compreensiva. Para Henry, a pesquisa qualitativa propõe uma interpretação significante da realidade, sem pretender ser absoluta e definitiva, sempre aberta a novas informações.
Num viés da pesquisa qualitativa foi utilizado o diário de bordo, para descrição e anotações de idéias, indicações, experiências e principalmente observações das diferentes sensações advindas das mudanças corporais devido a tensão menstrual, lócus onde estes diferentes estados de corpo reverberavam.No que tange aos aportes teóricos para o processo criativo via experimentação ocorrida nos laboratório de corpo, foram relevantes princípios da Dança Tan, Dança Moderna e Capoeira Angola. Para a criação artística foram desenvolvidos laboratórios semanais de corpo e criação, onde se trabalhava individualmente ou no coletivo com as alunas do IC Junior.
Houve filmagens para registrar momentos que seriam avaliados no decorrer do processo.  Nestes laboratórios de criação para a pesquisa de movimento foram utilizados movimentos a partir de técnicas de dança improvisação, apoiados em movimentos extraídos da Capoeira Angola e Dança Moderna, partindo do conceito de Martha Graham de tensão e relaxamento, e a Dança Tan, sob a ótica de Denise Zenicola. Foram propostos exercícios como movimentos de contração e relaxamento, ampliados como conflitos corporais entre a tensão e o relaxamento, e proporcionando uma sinergia dos sistemas endócrinos e neuralmuscular. Assim foi possibilitado a homeostasia que, segundo Damásio, significa controle do organismo a longo prazo por agentes químicos que influenciam os diferentes Estados de Corpo.Os resultados alcançados na pesquisa teórica e prática sobre os hormônios nos estados de tensão no corpo, investigados pela dançarina-pesquisadora nos períodos pré e menstruais foram:
              
 Na primeira etapa houve uma apresentação oral da pesquisa como forma de avaliação da disciplina Estudos Contemporâneos em Dança, do Mestrado em Dança da UFBa, incluindo a apresentação da performance ‘‘Capital estudo nº1”, coreografia também apresentada no X Painel Performático da Escola de Dança da UFBa, em dezembro de 2007. Os estudos da pesquisa serviram de base para a construção do Ensaio monográfico intitulado Estudos introdutórios das relações entre dança/corpo e economia: Um breve paralelo histórico, onde integrei a pesquisa PIBIC com assuntos estudados no mestrado, que foi apresentada como parte da avaliação da disciplina que cursei no mestrado em 2007.2.A Performance “Microquímicas do Poder” foi apresentada no XIII  Encontro de Estudantes de Arte em 2010.

           Na segunda etapa da pesquisa foram investigados os estados de tensão partindo dos poderes microquímicos dos hormônios no corpo que dança, principalmente nos períodos pré-menstruais, numa analogia ao trabalho de Foucault no livro “Microfísicas do poder”. Nele o autor descreve a rede de poderes moleculares que se expande por toda sociedade, entendendo o poder não apenas como repressor, mas também disciplinador e normatizador. O estudo de Michel Foucault entende o saber como peça de um dispositivo político que produz o poder e é intensificado por ele. As coreografias foram desenvolvidas, a partir de todos os dados coletados no processo, as coreografias “Microquímicas do poder” e  O Capital estudo nº1”, que têm como modelo o conceito de performatividade do fazer-dizer do corpo da pesquisadora Jussara Setenta (2006), relacionando o corpo a partir das tensões entre o sujeito e o social; foi feito também um artigo intitulado “Microquímicas do Poder – um processo criativo”, enfocando estados de tensão no corpo que dança partindo das informações adquiridas teoricamente sobre as ações hormonais no corpo , discutindo acerca de.energias que partem de energias contrárias provocadas pelo vigor e presença do artista na cena.
            Este estado de tensão possibilita o artista a se comunicar com o espectador através dos estados de alerta entre ambos, numa perspectiva de pensar a dança enquanto conceito etimológico - TAN - entendida a partir da definição da pesquisadora Denise Zenicola. Conforme avançamos na escala de complexidade cênica (hipóteses) observamos que as energias corporais e mentais se alimentam de impulsos vitais. Num paralelo, as energias do pensamento se apropriam das fontes nervosas dos impulsos primitivos para adquirir maior presença e vigor, em consonância com o conceito de pulsar e expressar, descrito por Zenicola, e o conceito da comunicação pela Performatividade, da pesquisadora Jussara Setenta, entendida como um fluxo discursivo e mutuamente interativo entre falantes e ouvintes. Certamente o conceito Damasiano de estados de corpo e de homeostasia – uma sinergia entre os sistemas endócrino e neural resultante de tensões musculares. Vale esclarecer que, segundo Damásio (2003), homeostasia significa controle do organismo a longo prazo por agentes químicos que influencia os diferentes Estados de corpo.
 A partir das teorias estudadas foi possível o desenvolvimento de uma segunda monografia que também tem como titulo “Microquímicas do poder” e que será utilizada como Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Dança na UFBA; foi elaborado também um artigo, “Microquímicas do poder: um processo criativo” e as performances “O Capital estudo nº1” e “Microquímicas do poder”, apresentadas no XI Painel Performático da Escola de Dança, em junho de 2008; fui entrevistada pela TV UFBA e pude brevemente falar sobre a pesquisa. No Dia D da Dança, apresentei a performance Corpo, que também resultou de estudos da pesquisa sobre o corpo que dança e seus Estados de Tensão.
A coreografia O Capital Estudo nº1” está exposta no canal catiadana  http://br.youtube.com/catiadana como forma de divulgação das pesquisas científicas desenvolvidas a partir dos resultados práticos e teóricos como bolsista da Iniciação científica PIBIC /CNPq: Os estrogênios no Corpo que cria/ação: Estados de Tensão no corpo que dança.
            Os vocabulários se baseavam em movimentos que fazem parte de memórias cotidianas de minha vida pessoal, desde a infância até a idade adulta, pois observei que o tônus muscular padrão de meu corpo tende a grande tensão muscular, principalmente nos ombros, o que provocava um inclinação da coluna para a frente na altura dos ombros. Ademais, meus pés não têm curvas na sola (pé chato), interferindo no alinhamento das pernas e na postura como um todo. Houve alguma modificação após a prática da Dança – com o tempo houve uma melhora. Com o passar do tempo com a conscientização e otimização dos meus estados de tensão em performance, também percebi que adquiri uma postura mais eficaz.
            No decorrer de meus estudos de dança meus mestres me pediam que eu tentasse relaxar para perceber outras possibilidades de movimento; sempre foi difícil o relaxamento, mas mesmo assim tentava encontrar o diálogo entre os estados de tensão e os estados de relaxamento corporal. Por fim, através da prática da Capoeira Angola, pude melhor relacionar performance cênica e estados de tensão. Esses fatores contribuíram na pesquisa sobre estados de tensão corporais, principalmente relacionados aos estudos da TPM. Pude perceber por meio da pesquisa participante que através das sensações nesta fase pré-menstrual fico mais tensa do que o normal, reverberando nos movimentos tanto cotidianos/funcionais, como nas expressões estéticas de dança. Partindo destas observações surge o vocabulário para a performance “Microquímicas do poder”, onde se busca a ocorrência da comunicação entre o espectador e o artista através da expressão dos Estados de Tensão corporal da dançarina. Essas coreografias tentaram descrever o fazer-dizer do corpo (Setenta, 2006), a partir das tensões entre indivíduo e coletivo.
A contribuição do meu plano de trabalho para o projeto de pesquisa do orientador se estabelece na motivação básica da artista-coreógrafa na investigação sobre corporalidade e Dança Contemporânea em áreas de interface desta arte com outras áreas de conhecimento. Sendo o corpo objeto de estudo, investigação e expressão da dança, desvendar questões acerca do fenômeno da menstruação e seus efeitos, parte da natureza intrínseca do corpo feminino vem colaborar com conhecimentos em Dança, particularmente em estudos sobre corporalidade e comportamento criativo do corpo.
            Ao entender que sintomas comportamentais associados à menstruação decorrem de processos bioquímicos alheios à vontade intencionais, tive uma sensação de conforto e informação para que eu lide melhor e de forma mais eficiente com estes estados “críticos” de comportamento em períodos pré e menstrual. Novas estratégias de criação e de tratamento corporal surgiram favorecendo as produções coreográficas e a prática corporal em dança. Tal informação pode auxiliar métodos e práticas também de arte-educação, orientando procedimentos metodológicos do ensino de dança a partir dos dados levantados neste estudo.
 Através das sensações e vivencias ao longo desta pesquisa, enquanto mulher e artista, este trabalho será fundamental para a realização de futuros projetos, como por exemplo: apresentações em seminários, anteprojeto de mestrado, apresentações artísticas, Trabalho de conclusão de curso (TCC), desenvolvimento de textos acadêmicos, orientação metodológica para aulas de dança contemporânea e para apresentações artísticas para a comunidade artística e não artística.



Referências
Damásio. A. Em busca de Espinosa. São Paulo Ed: Companhia das letras. 2003
 Foucault, M. Microfísicas do Poder. Rio de Janeiro. Ed: Graal. 1979.
 Katz, H. Um, dois, três. A dança é o pensamento do corpo. Belo Horizonte: Ed: Fid. 2000.
Setenta. J.O fazer-dizer do corpo: Dança e Performatividade. Salvador. Ed: Edufba. 2008.













[1]  Licenciada em Dança e Bacharelado em Curso Escola de Dança pela UFBA.
katiadanca@yahoo.com.br

terça-feira, 14 de junho de 2011

Resumo do 4º capítulo da tese da Profª Drª Lucia Matos

                                   Universidade Federal da Bahia
                                               Escola de Dança
                           ACC Acessibilidade em Trânsito Poético
Resumo do 4º capítulo da tese da Profª Drª Lucia Matos intitulada “Cartografando múltiplos corpos dançantes: A construção de novos territórios corporais e estáticos na dança contemporânea brasileira”  
                                                                                                 Por Catia Assunção1
 O presente texto refere-se ao resumo do capítulo Cartografando espaços fronteiriços:A produção da dança inclusiva(Disabled dance)no Brasil da autora Lucia Matos.O referido capítulo aborda a crítica da autora sobre alguns trabalhos coreográficos apresentados no 1ª Festival internacional Artes sem Barreiras de 2002.Matos1 concluiu que algumas coreografias apresentadas no Festival reforçam a dependência dos dançarinos com deficiência aos coreógrafos.Segundo a autora apesar  de ter a crença de estarmos iniciando uma mudança de paradigma ,não poderia deixar de ressaltar que,muitas vezes,espetáculos de dança que incluem dançarinos com deficiência podem também servir para uma visão estereotipadas desses sujeitos por apresentarem ,de forma limiar ou explicita,o sujeito com deficiência como herói de si mesmo,alvo da compaixão  ou alguém que busca incessantemente a proximidade com o paradigma da normalidade.
A partir da reflexão da autora, citarei minha análise comparativa sobre o evento que participei em homenagem ao dia Internacional da Contribuição da Síndrome Down na inclusão da grande diversidade. A Jornada foi desenvolvida entre o Programa Genética & Sociedade – Instituto de Biologia (UFBA),Associação Ser Down,Apae de Salvador   e pelo Centro de Educação Especial da Bahia(CEBA).


1 Profª e Pesquisadora de Dança pela UFBA, fez Iniciação Científica pela CNPQ.Participa do Grupo de Pesquisa Poética   da Diferença.Bolsista ACC da Proext 2011.
              2 Lucia Matos é profesora da Escola de Dança da UFBA

A programação contou com a palestras,mesas redondas,depoimentos,filmes e apresentação de Dança e Teatro.Foi observado na Jornada o esforço  da família,Escola  Instutuiçõe em  assegurar os dirteitos das PCD como saúde,Educação,Cultura e  emprego.
 No que se refere a  Dança, foi apresentado na Jornada o “Grupo da Cia.de Dança Opaxorô apresentou coreografia em homenagem a Chico Buarque de Holanda,notou-se que o grupo ainda trabalha com a reprodução dos movimentos.A proposta era o método de replica do movimento como prática de Ensino em Dança. A exemplo do padrão Professora na frente e educandos atrás copiando não disponibilizando a criação em Dança, se afastando da idéia do discurso do corpo capaz de poetizar como cita Daltro(2003)3A dança precisa consolidar o discurso de sua valorização enquanto corpo capaz de poetizar, entendendo-o dentro da perspectiva co-evolutiva entre o corpo biológico e o cultural.”
A partir da leitura e reflexão do 4º capítulo Cartografando espaços fronteiriços:A produção da dança inclusiva(Disabled dance)no Brasil. Conclui-se a necessidade de investir em pesquisas que comprovem a capacidade intelectual e física das PCD, a exemplo das pesquisas feitas pelo Grupo de pesquisa Poética da Diferença e o ACC Acessibilidade em Trânsito Poético que possibilitam a Prática de Dança como Políticas Públicas na busca da autonomia e uma vida social de mais qualidade as  Pessoas com deficiência .
 Recorrendo a Freire4A autonomia deve estar centrada em experiências estimuladoras da decisão, da responsabilidade, ou seja, em experiências respeitosas da liberdade. Para isso, ao ensinar, o professor deve ter liberdade e autoridade (FREIRE, 2003, p.104), em que a liberdade deve ser vivida em plenitude com a autoridade, onde a teoria siga em paralelo com a prática.
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3 Fátima Daltro é professora da Escola de Dança da UFBA  e desenvolve Pós Doc na Espanha.
              4 Paulo Freire  destacou-se por seu trabalho na área da educação popular.




Referências
 MATOS, Lúcia Helena Alfredi de – Cartografando múltiplos corpos dançantes: a construção de novos territórios corporais e estéticos na dança contemporânea brasileira. Tese de doutorado. Salvador, 2006
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia - saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
DALTRO, Fátima, Corpo Sitiado...A comunicação Invisivel.Dança,Rodas e Poéticas.São Paulo,2007.